quarta-feira, setembro 27, 2006
quarta-feira, setembro 20, 2006
Pequeno aparte...
Estou radiante com o meu fim-de-semana de ferias e praia em Jeddah. Mas agora penso: Será que há 6 meses atrás, antes de tudo isto, soubesse que ia passar o fim de semana á terra natal do Bin Ladin estaria igualmente satisfeito????
Meeting the _Bin Ladin´s_
(Volto aos er.ros e pon.tinhos nas palavras como já ex.pliquei no post de 22 de Maio)
Este fim-de-semana vo.u passear para Jeddah no mar vermelho. Para alem das suas praias, Jeddah também é conh.ecida por ser a cid.ade de Os.ama B.in La.din.
Apesar de ser o homem m.ais proc.urado do mu.ndo a sua fa.mília e o im.pério dos Bi.n Ladi.n está de boa sa.úde. A fam.ília anu.nciou em 2004 que Osa.ma teria sido des.erdado e exp.ulso do clã, mas a sua cun.hada, Cár.men Bi.n La.din aut.ora do livro “Inside the Kingdom” dis.se numa entr.evista que não acre.ditava que a fam.ília o tiv.esse dês.erdado e que já não man.tivessem qua.lquer tipo de re.lações com ele: “ -Para um sau.dita um ir.mão é se.mpre um irm.ão”.
“The Saudi _Binladin_ Group” é uma das maiores e mais importantes empresas do reino e para alem da construção civil, operam em áreas como as telecomunicações, transformação, engenharia e indústria manufactureira. A empresa é ad.ministrada por Backr B.in L.adin, o mais velho dos 25 irmãos e 29 irmãs de O.sama. Alguns dos seus 15 filhos trabalham também para o grupo.
Cár.men B.in L.adin explica no livro que a família v.ive toda junta num co.njunto de casas e p.alácios tipo cond.omino numa das ent.radas de Jeddah e faz também referência a umas cas.as de fe.rias com pr.aia pri.vativa que há na costa do mar vermelho.
É para uma de.stas casas que v.ou este fim-de-semana.
Este fim-de-semana vo.u passear para Jeddah no mar vermelho. Para alem das suas praias, Jeddah também é conh.ecida por ser a cid.ade de Os.ama B.in La.din.
Apesar de ser o homem m.ais proc.urado do mu.ndo a sua fa.mília e o im.pério dos Bi.n Ladi.n está de boa sa.úde. A fam.ília anu.nciou em 2004 que Osa.ma teria sido des.erdado e exp.ulso do clã, mas a sua cun.hada, Cár.men Bi.n La.din aut.ora do livro “Inside the Kingdom” dis.se numa entr.evista que não acre.ditava que a fam.ília o tiv.esse dês.erdado e que já não man.tivessem qua.lquer tipo de re.lações com ele: “ -Para um sau.dita um ir.mão é se.mpre um irm.ão”.
“The Saudi _Binladin_ Group” é uma das maiores e mais importantes empresas do reino e para alem da construção civil, operam em áreas como as telecomunicações, transformação, engenharia e indústria manufactureira. A empresa é ad.ministrada por Backr B.in L.adin, o mais velho dos 25 irmãos e 29 irmãs de O.sama. Alguns dos seus 15 filhos trabalham também para o grupo.
Cár.men B.in L.adin explica no livro que a família v.ive toda junta num co.njunto de casas e p.alácios tipo cond.omino numa das ent.radas de Jeddah e faz também referência a umas cas.as de fe.rias com pr.aia pri.vativa que há na costa do mar vermelho.
É para uma de.stas casas que v.ou este fim-de-semana.
domingo, setembro 17, 2006
Fim-de-semana de 4 dias
Desde pequeno que sonho com um fim-de-semana com 4 dias, mas no fundo sabia que era totalmente impossível.
Já tenho o meu bilhete de volta marcado para sexta-feira dia 13 de Outubro, ou seja, quinta e sexta-feira é fim-de-semana na Arábia Saudita e depois sábado e domingo em Portugal.
Afinal sempre é possível :)
Até breve...
sexta-feira, setembro 15, 2006
Sinais de (não) mudança
No post de 4 de Agosto escrevi sobre a notícia da revogação da proibição de tirar fotografias. Infelizmente já tinha ouvido dizer que essas notícias saem apenas para dar uma falsa ideia de evolução e mudança.
Ontem dois amigos meus, um português e um italiano, foram presos por tirar fotografias na cidade. A verdade é que estavam a tirar fotografias à entrada da base militar que está no meio da cidade, o que nunca me passaria pela cabeça fazer aqui, mas mesmo assim acho ridículo que prendam pelo simples acto de tirar uma fotografia. Este é um tema que me revolta porque estando num país onde as pessoas não podem entrar a não ser com o contrato de trabalho ou com um convite de um sponsor e numa sociedade tão diferente e com imagens tão caricatas como as que vejo todos os dias. Infelizmente vou voltar para casa depois de uma experiência única destas com muito poucas fotografias.
Depois de algumas horas na cadeia lá saíram quando o chefe deles da empresa foi lá a esquadra falar com os policias.
Ontem dois amigos meus, um português e um italiano, foram presos por tirar fotografias na cidade. A verdade é que estavam a tirar fotografias à entrada da base militar que está no meio da cidade, o que nunca me passaria pela cabeça fazer aqui, mas mesmo assim acho ridículo que prendam pelo simples acto de tirar uma fotografia. Este é um tema que me revolta porque estando num país onde as pessoas não podem entrar a não ser com o contrato de trabalho ou com um convite de um sponsor e numa sociedade tão diferente e com imagens tão caricatas como as que vejo todos os dias. Infelizmente vou voltar para casa depois de uma experiência única destas com muito poucas fotografias.
Depois de algumas horas na cadeia lá saíram quando o chefe deles da empresa foi lá a esquadra falar com os policias.
segunda-feira, setembro 11, 2006
Cada um chama-lhe o que quer
Na sociedade onde a prostituição é um crime que pode ser punido com a pena de morte descubro esta verdadeira pérola: “O sighe”.
O “sighe” é o casamento temporário Islâmico, seja por uma hora alguns dias, meses ou mesmo por alguns anos, a lei islâmica (sharia) permite aos homens celebrar um (ou mais) casamentos temporários, e no final do período acordado o “marido paga à esposa” o valor que foi acordado previamente e divorciam-se.
O “sighe” é o casamento temporário Islâmico, seja por uma hora alguns dias, meses ou mesmo por alguns anos, a lei islâmica (sharia) permite aos homens celebrar um (ou mais) casamentos temporários, e no final do período acordado o “marido paga à esposa” o valor que foi acordado previamente e divorciam-se.
domingo, setembro 10, 2006
Calor II
Saudades da nossa função pública
O bom de viver aqui é que quando voltar para Portugal as burocracias e o mau funciona- mento da “máquina estatal” vão ser “peanuts” comparado com o que se passa aqui.
Em primeiro lugar todo o atendimento nos ministérios e empresas publicas é feito por militares. Que basicamente tem a escolaridade obrigatória (onde aprendem o corão), raramente falam inglês. É raro encontrar um sorriso ou alguém mais disposto a ajudar, e é normal que a pessoa com quem se tenta comunicar esteja com os pés em cima da secretaria e nem se digne a olhar nos olhos enquanto tento comunicar-lhe o meu problema.
Desde que cheguei que ninguém tem certezas sobre a duração do meu visto e se realmente me permite entrar e sair do país ou não. Começo a achar que nem os Srs. que criaram este sistema de vistos me sabem explicar. Provavelmente mais uma coisa importada dos EUA mas que lhes esqueceram de explicar como funciona.
O meu visto diz 6 meses e “multy entry”, ou seja, o que se entende é que posso entrar e sair do país durante 6 meses, pelo menos foi o que me disseram na Embaixada Saudita em Portugal. Mas quando chego cá a realidade é bem diferente.
Fui com uma pessoa da embaixada que fala árabe até ao aeroporto para tentar resolver a minha situação. Depois de tentar a fronteira e o serviço de vistos consegui ter 3 opiniões completamente diferentes: na fronteira dizem-me que o visto é de 6 meses “multy entry”, no balcão dos vistos e passaportes o Sr. estava com os pés em cima da mesa a brincar com o telemóvel e não se quis incomodar muito, olhou para o passaporte e diz me que já estava caducado (??!!???). Pedimos então para falar com o superior e finalmente fomos levados ao gabinete do Coronel Abdullah, (que era igual ao Saddam Hussien) estava certo que agora sim se iam resolver as coisas. Pois o Coronel diz nos que o passaporte diz 6 meses e que no sistema informático diz apenas 3 meses, e que não me pode dar nenhuma certeza. Fomos então ao Ministério responsável pelos vistos. E ai tenho uma terceira versão completamente diferente de todas as outras: apenas é “multy entry” nos primeiros 3 e é valido por 5 meses e uma semana porque os 6 meses contam desde a emissão do visto e não desde que entro no país…
E foi aqui que desisti, voltei para casa bati algumas vezes com a cabeça na parede e desabafei neste post.
Em primeiro lugar todo o atendimento nos ministérios e empresas publicas é feito por militares. Que basicamente tem a escolaridade obrigatória (onde aprendem o corão), raramente falam inglês. É raro encontrar um sorriso ou alguém mais disposto a ajudar, e é normal que a pessoa com quem se tenta comunicar esteja com os pés em cima da secretaria e nem se digne a olhar nos olhos enquanto tento comunicar-lhe o meu problema.
Desde que cheguei que ninguém tem certezas sobre a duração do meu visto e se realmente me permite entrar e sair do país ou não. Começo a achar que nem os Srs. que criaram este sistema de vistos me sabem explicar. Provavelmente mais uma coisa importada dos EUA mas que lhes esqueceram de explicar como funciona.
O meu visto diz 6 meses e “multy entry”, ou seja, o que se entende é que posso entrar e sair do país durante 6 meses, pelo menos foi o que me disseram na Embaixada Saudita em Portugal. Mas quando chego cá a realidade é bem diferente.
Fui com uma pessoa da embaixada que fala árabe até ao aeroporto para tentar resolver a minha situação. Depois de tentar a fronteira e o serviço de vistos consegui ter 3 opiniões completamente diferentes: na fronteira dizem-me que o visto é de 6 meses “multy entry”, no balcão dos vistos e passaportes o Sr. estava com os pés em cima da mesa a brincar com o telemóvel e não se quis incomodar muito, olhou para o passaporte e diz me que já estava caducado (??!!???). Pedimos então para falar com o superior e finalmente fomos levados ao gabinete do Coronel Abdullah, (que era igual ao Saddam Hussien) estava certo que agora sim se iam resolver as coisas. Pois o Coronel diz nos que o passaporte diz 6 meses e que no sistema informático diz apenas 3 meses, e que não me pode dar nenhuma certeza. Fomos então ao Ministério responsável pelos vistos. E ai tenho uma terceira versão completamente diferente de todas as outras: apenas é “multy entry” nos primeiros 3 e é valido por 5 meses e uma semana porque os 6 meses contam desde a emissão do visto e não desde que entro no país…
E foi aqui que desisti, voltei para casa bati algumas vezes com a cabeça na parede e desabafei neste post.
sábado, setembro 09, 2006
segunda-feira, setembro 04, 2006
Sinais de Mudança III
Arábia Saudita vai emitir visto convencional para turistas
"Atualmente o país fornece apenas visto para turismo religioso, viagens de negócios e visitas a familiares. Já começaram a ser cadastradas as operadoras turísticas que poderão emitir as novas permissões. Não foi anunciado quando a medida entra em vigor.
A Arábia Saudita começou a certificar nesse mês as operadoras de turismo que vão emitir os vistos. Até agora 18 companhias foram aprovadas. Essa medida será um marco para o país, que atualmente oferece opções limitadas para visitantes não envolvidos em negócios ou peregrinações religiosas. Os detalhes da nova lei de turismo serão revelados em outubro.
Sultan bin Salman também disse que o governo vai criar três faculdades de turismo no país. Atualmente, apenas a Universidade Rei Saud, em Riad, oferece cursos voltados para o setor. Segundo ele, cinco grandes projetos turísticos serão lançados ainda esse ano, cujos valores e detalhes serão divulgados em dois meses.
O secretário-geral da SCT também revelou que o governo saudita encomendou uma pesquisa para identificar as necessidades do setor hoteleiro. O estudo visa também classificar os hotéis e outras acomodações de acordo com os padrões internacionais, mudando a classificação atual para o padrão de estrelas usado mundialmente. A SCT espera assim organizar e montar um sistema para facilitar a atividade turística no país. As recomendações do estudo serão implementadas ao longo do ano que vem. "
Fonte: Câmara de comercio Árabe Brasileira
"Atualmente o país fornece apenas visto para turismo religioso, viagens de negócios e visitas a familiares. Já começaram a ser cadastradas as operadoras turísticas que poderão emitir as novas permissões. Não foi anunciado quando a medida entra em vigor.
A Arábia Saudita começou a certificar nesse mês as operadoras de turismo que vão emitir os vistos. Até agora 18 companhias foram aprovadas. Essa medida será um marco para o país, que atualmente oferece opções limitadas para visitantes não envolvidos em negócios ou peregrinações religiosas. Os detalhes da nova lei de turismo serão revelados em outubro.
Sultan bin Salman também disse que o governo vai criar três faculdades de turismo no país. Atualmente, apenas a Universidade Rei Saud, em Riad, oferece cursos voltados para o setor. Segundo ele, cinco grandes projetos turísticos serão lançados ainda esse ano, cujos valores e detalhes serão divulgados em dois meses.
O secretário-geral da SCT também revelou que o governo saudita encomendou uma pesquisa para identificar as necessidades do setor hoteleiro. O estudo visa também classificar os hotéis e outras acomodações de acordo com os padrões internacionais, mudando a classificação atual para o padrão de estrelas usado mundialmente. A SCT espera assim organizar e montar um sistema para facilitar a atividade turística no país. As recomendações do estudo serão implementadas ao longo do ano que vem. "
Fonte: Câmara de comercio Árabe Brasileira
Arábia Saudita decapita 2 guardas por tráfico de haxixe
A Arábia Saudita decapitou nesta segunda-feira (28) dois guardas de fronteira por tráfico de drogas. Moayd bin Yahya al-Waeli e Mehdi bin Hamad al-Mansour foram condenados por traficar uma quantidade indeterminada de haxixe, afirmou o Ministério do Interior. Eles foram executados na cidade de Hail, aumentando para cinco o número de pessoas decapitadas no país em 2006.
As execuções sauditas são feitas em público com uma espada, servindo de exemplo à população. O reino decapitou 83 pessoas em 2005 e 35 em 2004. A Arábia Saudita segue uma interpretação estrita do Islã, na qual pessoas condenadas por assassinato, tráfico de drogas, estupro e roubo a mão armada podem ser executadas.
Fonte: JC Online
As execuções sauditas são feitas em público com uma espada, servindo de exemplo à população. O reino decapitou 83 pessoas em 2005 e 35 em 2004. A Arábia Saudita segue uma interpretação estrita do Islã, na qual pessoas condenadas por assassinato, tráfico de drogas, estupro e roubo a mão armada podem ser executadas.
Fonte: JC Online
sábado, setembro 02, 2006
Mulheres no KSA
Tenho recebido alguns e-mail’s a pedir para falar um pouco mais sobre a situação das mulheres aqui no Reino: por isso aqui vai.
Todas as mulheres na Arábia Saudita são obrigadas a andar com a Abaya preta a cobrir o corpo sem excepção. As mulheres sauditas usam também a cabeça coberta e o véu que cobre a cara ficando apenas com os olhos descobertos. Depois as mais conservadoras ou mais religiosas (ou a sua família) usam inclusive luvas pretas e até mesmo um fino véu que lhes cobre também os olhos. As mulheres estrangeiras regra geral usam apenas as abayas e não cobrem a cabeça, mas podem ser abordadas por um muttawa que lhes obrigue a cobrir o cabelo. Não há leis excepcionais para estrangeiros, mas regra geral não é costume as mulheres ocidentais serem incomodadas da mesma forma que são as locais.
As mulheres não podem também sair à rua sem estar acompanhadas de um familiar ou do seu marido, mas hoje em dia grande parte das mulheres sauditas passam os dias nos centros comerciais em grupos apenas de mulheres. A grande maioria tem chouffer e assim alguma autonomia e independência (é o país do mundo com o maior numero de chouffer’s). Uma mulher também não pode sair do país sem uma autorização por escrito do seu responsável (marido, pai ou irmão)
No dia a dia tudo esta dividido por sexos, desde as “family sections” nos restaurantes aos também centros comerciais apenas para mulheres algumas das áreas de diversão como parques temáticos, jardim zoológicos, etc têm dias para mulheres e seus filhos e dias para homens e seus filhos, em qualquer um dos casos “single man” não são bem vindos. Os casamentos e outro tipo de festas estão sempre divididas pela zona das mulheres e a zona dos homens e em nenhum momentos se misturam.
As mulheres e homens sem relação familiar que se encontrem juntos em locais públicos podem ter problemas se forem abordados pela muttawa. Ou seja tomar café, jantar, almoçar ou passear de carro é sem duvida um risco, mas mais uma vez para nós ocidentais a probabilidade de sermos abordados é menor, mas a verdade é que o risco existe.
Os casamentos na sua maioria ainda são arranjados entre os país dos noivos, já conheci homens com casamento marcado sem nunca terem visto a mulher, falam apenas pelo telefone e podem se encontrar com elas desde que respectivas famílias também estejam presentes e elas tem a cara coberta ou não pelo véu, que mais uma vez depende do quão conservadoras são. As noivas são escolhidas por serem de uma classe social equivalente e dependendo das possibilidades económicas do noivo.
De todos os países árabes a arábia saudita é a que tem mais poligamia sendo muito normal que um homem tenha varias mulheres, na teoria o limite é de 4 mas podem se divorciar desde que o homem assuma a obrigação de continuar a manter a ex-mulher e seus filhos com o mesmo nível de vida. A média de filhos por casal é também a mais alta do mundo de 5,7 filhos e é normal haver homens com entre 10 a 20 filhos.
No aeroporto as mulheres sozinhas que entram no país são direccionadas para uma sala onde ficam há espera que o seu responsável a venha buscar e só pode sair das sala quando estiver devidamente coberta pela abaya. Há alguma dificuldade em conseguir vistos para mulheres solteiras por isso muitos dos ocidentais que querem trazer ou receber visitas das suas namoradas tem que se casar para elas poderem viver cá ou mesmo passar temporadas.
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