segunda-feira, outubro 30, 2006

Momentos VIII

sexta-feira, outubro 27, 2006

quinta-feira, outubro 26, 2006

Tlim, tlim, tlim, tlim, tlim.....

Hoje foram batidas as 10.000 visitas ao Sheik Saudita.

Obrigado a todos os que visitam o blog.

Momentos VI

-SMILE :)!!!!
Sauditas de Férias

Momentos V

Separação na estrada: Muçulmanos por um lado, não Muçulmanos por outro

Sinais de (não) mudança – Correcção

A 15 de Setembro contei o episódio de dois amigos que tinham sido presos por tirar uma fotografia a uma base militar. Na altura ainda não tinha estado com eles e apenas tinha ouvido a história por outros, por isso fica a correcção: A fotografia do “crime” não foi tirada a nem a nenhum edifício militar nem mesmo a um edifício público, mas sim ao chão. Sim ao chão! Quando iam para o trabalho encontraram uma situação de “Arábia Saudita no seu melhor”, um buraco no chão no meio da estrada e algum génio lembrou-se de meter o pino de sinalização, imaginem, dentro do buraco!!

Aqui fica a prova do crime que lhes valeu uma visita as cadeias Sauditas

Back to Portugal

É verdade, estou de volta a Portugal! Mas isso não significa que seja o fim deste blog, atrevo-me mesmo a dizer que agora vem o melhor. Ao longo destes meses fartei me de tirar fotografias encontrar notícias surreais e começar a escrever post’s que ficaram inacabados ou que não foram publicados por causa da censura. Agora esta na hora de serem publicados sem pontinhos e sem erros, obviamente sempre com o devido respeito pelo país que me acolheu e onde tantos amigos deixei. "O Sheik Saudita" continua, não morreu, e quem sabe um dia parta para uma nova aventura... Quem sabe....

terça-feira, outubro 10, 2006

Bye Bye Saudi Arabia


Peeping

No espírito sui.cida dos últimos dias arrisquei-me a sacar fotos discretamente no centro comercial para verem como é, aqui ficam:



quarta-feira, outubro 04, 2006

O brinquedo dos meninos

Fui convidado por um argentino veterinário da equipa equestre do King Abdullah para ir ver uma corrida de cavalos ao hipódromo de Riyadh. Confesso que nunca tinha ido a um hipódromo à seria, mas fiquei impressionado com este. Segundo o que me disseram é um dos maiores e melhores hipódromos do mundo. Lagos, jardins, fontes, cavalariças tudo deslumbrantemente bem cuidado. Tem ecrãs gigantes, um canal de televisão próprio, etc. Quando entramos reparei que na entrada principal o veterinário que ia noutro carro teve que dizer no check point que estávamos com ele para poder entrar, nada que me surpreendesse aqui. Quando chegámos ao hipódromo e depois do deslumbramento inicial começo a reparar em pequenos pormenores como: a plateia para o publico era mínima para uma estrutura daquele tamanho, uns 400 / 500 lugares na zona dos homens e outros tantos na zona das famílias, alem disso estes eventos acontecem poucas vezes ao ano e no público não estariam mais de 50 / 60 pessoas. Na minha pura ingenuidade lá resolvi perguntar ao argentino que me explicasse que se passava. E pronto, a resposta foi bastante óbvia e até me senti estúpido por perguntar: “ Isto é o brinquedo do rei e dos príncipes, não há apostas, não se pagam entradas e quase que não há publico…toda esta estrutura não tem qualquer tipo de rendimento…”
Obvio… nem sei porque é que ainda pergunto…

Por cima das bancadas um edifício todo em vidros esconde o restaurante panorâmico e os aposentos do rei e dos príncipes. Cada um deles tem uma equipa completa: jockey treinadores, veterinários manager de equipa, etc etc. Como se isto não chegasse à volta do hipódromo principal há varias quintas de criação e treino dos cavalos, cada príncipe tem a sua. Cada uma destas quintas tem um palácio, jardins, estábulos e claro… o sue próprio hipódromo particular para treinarem.
Ao passear no google earth por esta zona encontrei pelo menos umas 6 quintas destas e mais tarde em conversa com um Austríaco que trabalha numa empresa que participa na construção dos palácios, diz me que esteve num desses e que tem 145 quartos e uma piscina / lago do tamanho de um campo de futebol. Ou seja o hipódromo é apenas um pormenor.




Censura IV

Censura no Carrefour





segunda-feira, outubro 02, 2006

Ramadan Kareem

O Ramadão é o mês sagrado no qual os muçulmanos praticam o jejum ritual. Este é um período sagrado de renovação da fé, da prática mais intensa da caridade e vivência profunda da fraternidade e dos valores da vida familiar. O jejum faz-se do nascer ao pôr-do-sol e aplica-se para a comida, bebida (inclusivé água), fumo e relações sexuais. Durante este período é mais frequente ir se à mesquita e para alem das 5 orações diárias recita-se mais uma chamada “Taraweeh”, que começa ao início da noite e segue noite fora.
Este ano o Ramadão começou a 24 de Setembro, este dia pode variar em alguns países muçulmanos, mas a grande maioria segue a data fixada pela Arábia Saudita. A data de início nunca é certa, isto porque nós seguimos o calendário solar e o Islão segue o calendário lunar em que cada ano é cerca de 15 dias mais curto que o ano solar (e estamos no ano de 1427).

Agora feita a apresentação formal do Ramadão vamos para a descrição do dia a dia aqui no reino:

É O CAOS…
Tolerante como é a Arábia Saudita não se podia esperar outra coisa: o jejum é estendido a todos! Muçulmanos ou não o jejum é obrigatório, imposto por lei e quem não cumprir…cadeia. Felizmente trabalho na embaixada e não é grave por estar em território português, mas em todas as outras empresas os não muçulmanos tem que ir comer qualquer coisa as escondidas para a casa de banho ou em salinhas a parte fechados à chave. Aqui tento ter respeito pelos meus colegas e não me pôr a comer à frente das caras pálidas e sem forças deles. Durante o dia tudo está fechado, apenas as empresas e os serviços básicos estão abertos. Comercio, restaurantes, etc mudam o seu horário para depois do pôr-do-sol e matem-se abertos toda a noite. O horário de trabalho para a maioria é reduzido, basicamente e resumindo não fazem “nada” durante o dia.
Após o “Maghrib”, reza do final do dia, o caos instala-se toda a gente sai para a rua desejando o seu merecido “Iftar” ("pequeno almoço" de quebra do jejum). Os restaurantes enchem-se de famílias, grupos de amigos com mesas fartas de comida. Os restaurantes estão preparados e tem menus próprios, para um saudita é muito importante uma mesa coberta de comida, mesmo que sobre mais de metade.
Depois disto, é como se fosse um “dia” normal, ao longo da noite ate bem tarde vem-se os hipermercados cheios, pessoas a comprar roupa as 3 da manha ou mesmo num stand a escolher o carro novo!
O trânsito durante a noite é qualquer coisa de inexplicável, é o caos, tudo engarrafado, carros a ultrapassar a alta velocidade pela terra batida fora do asfalto, carros em sentido contrário, faixas de rodagem inventadas.
Para uma grande parte de sauditas o Ramadão não passa de um mês com horários diferentes, pois dormem o dia todo e vivem durante a noite.
Alem de tudo ainda são batoteiros…..

domingo, outubro 01, 2006

Jeddah

Jeddah é banhada pelo mar vermelho, é a segunda maior cidade da Arábia Saudita. Apesar de estar situada a apenas 400 km de Meca, Jeddah é uma cidade bem mais liberal que Riyadh. A diferença pelo que percebi existe por ser uma cidade portuária e desde sempre esteve mais habituada aos turistas religiosos e comerciantes estrangeiros que aqui se fixavam. Hoje em dia os habitantes, muitos deles, não são puros sauditas, mas sim descendentes de estrangeiros de outros países árabes que aqui se fixaram. Em Riyadh os habitantes são os puros Beduínos (ou Bédu para os amigos). Outro motivo para a grande diferença entre Jeddah e Riyadh é o facto de quase não haver Muttawas.
Nas ruas as mulheres andam com as caras descobertas sem véu (apesar de continuar a ser obrigatório o uso da abaya), vêem-se mulheres a fumar (em Riyadh não é permitido) e há restaurantes super cosmopolitas.
Não tive muita oportunidade de ver a cidade porque ficamos hospedados num resort privado para Sauditas. Eles chamam-lhe de Resort, mas para mim parecia me mais um compound para sauditas com praia. Tinha uma área gigantesca e imensas ilhas construídas que faziam lembrar a “palm” do Dubai.
Lá dentro,por ser propriedade privada, vêm se mulheres sauditas sem abaya e a conduzir carros. Foi estranha a sensação pois estava dentro de uma Arábia Saudita totalmente liberal!! Obviamente que este “totalmente liberal” vem da boca de alguém que veio de Riyadh porque apesar de tudo, as praias são privadas, ou seja cada casinha tem à sua frente um bocado de areia, as poucas mulheres que vi na praia estavam com fatos de banho que mais pareciam fatos térmicos ou ate mesmo de abaya vestida, como foi o caso das que vi a passear de moto de agua.
Numa das noites que estivemos lá celebrava-se o único feriado do país, o Kingdom Day e aqui dentro por primeira vez podemos ver uma “mini celebração”. À noite de volta da marina centenas de carros topo de gama e de alta cilindrada passeiam pelo Resort com jovens em plena euforia. Dentro da marina as esplanadas estavam cheias de jovens a fumar chicha e a beber o seu chá, homens e mulheres misturados algumas delas sem abayas e sem nada a cobrir a cabeça, apesar de terem sempre o corpo todo coberto numa noite de 40º húmidos graus. A proporção homens mulheres deveria rondar os 30 para cada uma. Eram raros os que estavam na marina vestidos com o “tobe”, todos eles vestiam marcas internacionais como Versace, Hugo Boss, DKNY, etc.
Por momentos pensei que estava noutro país com tanta animação e tantas liberdades, mas pelo que percebi isto é do mais liberal que se pode encontrar nas terras dos Al-Saud.

E não, não encontrei o Bin Ladin, mas é curioso ver tapumes das obras da Bin Ladin Corp. a construir edifícios e quem sabe um dia a construir arranha-céus….