sexta-feira, novembro 03, 2006

Chocante

Ao longo destes 6 meses fartei me de ler notícias e artigos extraordinários sobre os temas mais sórdidos e inacreditáveis que alguma vez li. Mas sem duvida ouve uma notícia que me marcou muito, provavelmente a mais chocante de todas as incríveis histórias da sociedade Saudita: em 2002 uma escola começou a arder e as raparigas foram proibidas de sair da escola pela polícia religiosa por não estar com a “abaya” e o véu vestido. Os bombeiros foram proibidos de entrar também, resultado, 15 meninas mortas e muitas feridas.

Este é um daqueles post’s que tinha aqui guardado para escrever há já muito tempo, mas sabendo que tinha o blog controlado pelo departamento de censura, falar sobre ele poderia trazer-me problemas. Aqui vai a notícia completa.



Polícia saudita impede resgate de meninas em incêndio

Quinze meninas morreram em um incêndio numa escola em Meca, na Arábia Saudita, porque a polícia religiosa do país as teria impedido de deixar o prédio em chamas. Os policiais teriam alegado que elas não estavam vestidas de acordo com a lei islâmica e, portanto, não podiam sair à rua. Outras 50 meninas ficaram feridas no incêndio enquanto mais de 700 de seus colegas foram salvos pelos bombeiros. Segundo testemunhas entrevistadas por jornais sauditas, os policiais da chamada Comissão para a Promoção da Virtude e a Prevenção do Vício bateram nas crianças e fecharam os portões para que elas não deixassem o prédio sem o véu utilizado pelas muçulmanas para cobrir a cabeça.

-Interpretação rígida

A Arábia Saudita adota uma das interpretações mais rígidas do islamismo e a comissão é responsável por monitorar o cumprimento do código de vestimenta, e de regras como a da separação por sexo e a do horário das orações.
Quando o incêndio começou, os portões da escola estavam trancados para garantir que não houvesse convívio entre meninos e meninas.
Os sauditas que são pegos descumprindo alguma dessas regras são punidos com agressões físicas ou, dependendo do caso, presos.
Segundo o jornal
The Saudi Gazette, testemunhas disseram ter visto policiais impedindo que homens ajudassem as meninas alegando que era "um pecado se aproximar delas".

"Vidas poderiam ter sido salvas se não fosse pela comissão", disse o jornal em uma rara crítica à temida polícia religiosa do país.

In BBC Brasil.com

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