quarta-feira, maio 10, 2006

First news from KSA


Pois é já cá estou. E estou a adorar, cada dia é uma aventura.
Estou instalado estes primeiros dias no Hotel Riyadh Palace, e fui muito bem recebido por parte da Embaixada. Isto é realmente diferente de tudo o que tinha visto até hoje, a cidade não é propriamente bonita, parece me uma típica cidade do Médio Oriente mas com alguns arranha-céus. Nas ruas os grandes carros americanos e europeus, limusinas, Hummers, Porches, Mercedes, Volvo contrastam com carrinhas de caixa aberta com uma série de pessoas na parte de trás e alguns dos carros e camionetas mais velhos que já vi até hoje. Os homens quase todos vestidos com as suas togas brancas e o lenço vermelho na cabeça e as mulheres são uns triângulos pretos que vagueiam pelas ruas e comem em zonas diferentes das dos homens nos restaurantes. Ainda não me habituei a ideia e não sei se me vou habituar. Todas as mulheres sem excepção têm que andar com um roupão preto a “Abaya” vestida por cima das suas roupas, incluindo as ocidentais. Algumas mulheres na sua maioria ocidentais não usam o lenço que lhes cobre a cabeça e o rosto e mas podem sempre correr o risco de ser abordadas pelos “Muttawas”, os polícias religiosos Sauditas.
O que mais choca no primeiro contacto com a cidade são as estritas medidas de segurança, na maioria das estradas e avenidas há os chamados “check points”, ou seja, militares armados no meio das estradas que revistam todos os carros e pedem a identificação aos passageiros. Ao entrar no “Diplomatique Quartier”, que é a zona da cidade onde estão situadas as embaixadas existem filas enormes porque todos os carros têm que ser revistados um a um. Até agora tenho andado sempre no carro da embaixada com o chouffer, e para estes carros diplomáticos existem corredores próprios e são um pouco mais tolerantes. Ainda assim ao entrar em qualquer garagem, seja ela a do edifício da embaixada, ou mesmo a garagem de um centro comercial existem uma série de seguranças que revistam o carro desde o motor, à mala e até usam espelhos para ver a parte debaixo do carro. Em todos estes “check points” há sempre um tanque ou um shaimite, ou mesmo um mini bunker feito com sacos de areia que cobre uma metralhadora e alguns militares. Ao princípio todo isto é um pouco assustador, mas é só uma questão de hábito, tudo isto é apenas para nossa segurança.
Em relação às temperaturas, é verdade é horrivelmente quente durante a noite, sempre na casa dos trintas e durante o dia na casa dos quarentas e ainda estamos na primavera, mas como não há humidade é bem mais fácil de lidar do que o calor a que estamos habituados. Desde que cheguei a cidade tem estado sempre coberta por um manto de areia e nuvens que não permitem ver o sol, e dá um tom alaranjado à cidade. Esta areia no ar e o facto de a cidade ser construída no meio do deserto faz com que tudo pareça sujo desde os edifícios às ruas, carros etc.
É realmente difícil habituarmo-nos aos fins de semana à 5ª e 6ª feira, mas por outro lado o meu horário de trabalho é das 8 da manhã até ás 14h portanto tenho as tarde todas livres, só ainda não descobri o que fazer com elas, pois não há propriamente muita vida social.
Ainda não vou puder deixar aqui fotos por diversos motivos, em primeiro lugar porque não trouxe o cabo da máquina fotográfica, segundo porque eles aqui não gostam muito que lhes tirem fotografias e posso mesmo ter problemas se tirar fotografias a edifícios públicos. Mas fica desde já prometida uma reportagem fotográfica.

Mais uma curiosidade, aqui estamos no ano de 1427... Ninguém diria.

4 comentários:

Anónimo disse...

olá!! gostei do que li, e espero que continues a mandar relatos das tuas vivências!! Por aqui, nada de novo, só mais calor.
bjs da vizinhança (da propriamente dita)

xixita disse...

que fixe João! isso parece ser tão insólito que te deixo uma sugestão: que tal tentares fazer um livro ou uma reportagem extensa que depois podes tentar vender a uma revista de viagens. Muitas reportagens são feitas desta forma. Pode render-te umas boas massas para além do gozo de veres trabalho publicado.

Anónimo disse...

Olé João!!!
Ainda bem que tiveste uma boa recepção, acho que a primeira impressão favorece um espirito positivo perante uma experiência como esta em que há tanta coisa para descobrir e tentar compreender!
Sim senhor de chouffer e tudo! Maus hábitos.. eh!eh!
Fico a aguardar mais notícias neste teu diário de viajante...

Anónimo disse...

ESPERO QUE CORRA TUDO MUITO BEM:BJS
VIZINHA